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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Missão da ONU chega a Trípoli para apurar abusos aos direitos humanos

Uma missão da ONU chega nesta quarta-feira (27) a Trípoli, capital da Líbia, para investigar acusações de abusos aos direitos humanos cometidos desde o início dos conflitos no país, em fevereiro.
A missão foi indicada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU após a repressão do governo líbio aos manifestantes que pediam a renúncia do líder do país, coronel Muammar Kadhafi.
O governo líbio afirmou que vai cooperar com as investigações da missão da ONU.
Os três membros da missão dizem que vão verificar todas as acusações de abuso, incluindo aquelas que o governo diz terem sido cometidas por grupos rebeldes ou por forças da Otan, a aliança militar ocidental.
O mandato original da missão - examinar as violações aos direitos humanos supostamente cometidas pelas forças de Kadhafi - deve permanecer como prioridade.
Há relatos de desaparecimentos, tortura e assassinato de manifestantes.
A comissária de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, disse no fim de fevereiro que os acontecimentos na Líbia 'podem ser crimes contra a humanidade'.
Bombardeios
Mais recentemente, há relatos de que as forças de Kadhafi estão tentando retomar o controle de Misrata, a terceira maior cidade do país e atualmente sob controle rebelde, bombardeando indiscriminadamente a cidade.
Na terça-feira, três pessoas teriam sido mortas em um ataque com mísseis ao porto da cidade, usado pelos civis que tentam escapar para Benghazi, segunda maior cidade do país e principal bastião dos rebeldes.
Misrata vem sendo cercada pelas forças do governo há dois meses, deixando partes da cidade sem eletricidade ou água.
Contínuos disparos por atiradores, confrontos de rua e bombardeios impedem que as pessoas se aventurem a sair de suas casas para buscar alimentos e remédios.
Grupos de defesa dos direitos humanos dizem que mais de mil pessoas já foram mortas no conflito e que muitos mais ficaram feridos.
Embarcações vêm transportando os feridos para hospitais em Benghazi e levando ajuda humanitária.
O governo líbio nega que esteja bombardeando indiscriminadamente áreas civis.
Misrata é a última grande cidade do oeste do país controlada pelos rebeldes, e a disputa por seu controle tem sido intensa.
A missão da ONU deve apresentar seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos em junho. Mas até lá, seu trabalho pode ser ultrapassado por outras medidas.
O Conselho de Segurança da ONU já pediu que o Tribunal Penal Internacional investigue a Líbia sobre possíveis acusações de crimes de guerra.
Proteção de civis
A Otan vem promovendo ataques aéreos contra as forças de Kadhafi na Líbia para cumprir uma resolução da ONU que autorizou ações para proteger os civis.
O país é palco, desde fevereiro, de protestos populares contra o governo, inspirados pela onda de manifestações pró-democracia que já levaram à renúncia dos governos da Tunísia e do Egito.
Um recente ataque da Otan ao complexo de Kadhafi em Trípoli gerou fortes críticas do primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, que disse que a coalizão ocidental não tem mandato para matar o líder líbio.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, defendeu o bombardeio, o qual classificou de um ataque legítimo contra um centro de comando e controle militar.
Ele fez a declaração após um encontro em Washington com o ministro da Defesa britânico, Liam Fox, que disse que os rebeldes líbios ganharam nova força no campo de batalha e que as forças de Kadhafi estavam 'em retirada'.
O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, disse que os bombardeios da Otan sobre a Líbia 'reduziram seriamente os ativos militares de Khadafi e evitaram os massacres generalizados planejados pelas forças de Khadafi'.
'Eles permanecem incapazes de entrar em Benghazi e é muito provável que sem esses esforços Misrata teria sido tomada, com terríveis consequências para os bravos habitantes da cidade', disse.
Na terça-feira, os Estados Unidos reduziram suas sanções contra as exportações de petróleo da Líbia.
Isso permitirá que os rebeldes vendam a produção de áreas sob seu controle e que empresas americanas se envolvam em transações com petróleo, derivados e gás natural líbios, desde que as exportações beneficiem o Conselho Nacional de Transição, estabelecido pelos rebeldes.

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