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sábado, 2 de abril de 2011

Conhecimento didático: a base da sala de aula

Saiba como as ciências que estudam as relações entre o objeto de estudo, o aluno e o professor ajudam a ensinar melhor cada um dos conteúdos escolares
Como ensinar os alunos a resolver problemas de adição e subtração? O que fazer para que as crianças leiam cada vez melhor por si mesmas? O que propor quando os estudantes têm dificuldade de entender um texto sobre Ciências? Perguntas como essas são feitas diariamente por professores nas salas de aula do mundo afora. Todas elas são relacionadas às didáticas específicas, conhecimento que, infelizmente, não faz parte da maioria dos currículos de formação docente (não confundir com a disciplina conhecida como Didática Geral, que aparece em mais de 80% das faculdades de Pedagogia e na qual são vistas as teorias gerais da Educação e a história dos fundamentos pedagógicos - e um pouco sobre planejamento e avaliação).

O conhecimento sobre as didáticas específicas, que deveria ser a verdadeira matéria-prima do trabalho do professor (a única forma de garantir o aprendizado), existe e, muito lentamente, começa a ser incorporado às escolas. Hoje, sabe-se que os alunos sempre têm alguma, ou muita, informação sobre o objeto de ensino que será trabalhado em classe. Portanto, é preciso levar isso em conta na hora de planejar e propor atividades - em vez de ficar simplesmente reproduzindo um mesmo método como se a turma fosse 100% homogênea, tanto em termos de conhecimentos prévios como na capacidade de avançar. "É por isso que as metodologias vigentes têm sido tão criticadas e a existência de uma didática única está colocada em xeque", diz Lino de Macedo, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
Ou seja, há didáticas específicas (no plural) porque não apenas o jeito de ensinar Geografia é diferente do de ensinar História, mas porque dentro da própria disciplina há formas mais eficientes de trabalhar cada conteúdo. Quer um exemplo simples? Que tal, nas aulas de Educação Física, jogar futebol do mesmo jeito que basquete? Se isso não funciona, por que, então, se usam estratégias semelhantes para fazer a turma aprender frações e geometria, quando se sabe que os alunos constroem cada um desses conceitos de uma maneira? Infelizmente, em Educação, o conhecimento didático ainda não é visto como ciência (fruto de pesquisas sérias): "A idéia de compartilhar as novas teorias e práticas não é tão difundida quanto nas outras áreas do conhecimento", afirma o francês Gérard Vergnaud, um dos maiores especialistas em didática. "Muitos ainda resistem às descobertas por acreditar que basta repetir o que é feito há séculos." 

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